sábado, abril 30, 2011

Adoção:



Edição do dia 28/04/2011
* JORNAL NACIONAL


Pais que não querem filhos podem entregá-los para adoção






Quando não é possível cuidar de uma criança, por qualquer motivo, a mãe pode entregá-la ao Juizado da Infância e Juventude. A criança é recolhida na hora e encaminhada para abrigos, onde entram na fila da adoção.
No Brasil, nas últimas semanas, a divulgação de casos de abandono de bebês acabou provocando reações de indignação e de revolta. Especialmente porque existe uma forma digna de destinar uma criança à adoção. É a repórter Monalisa Perrone quem mostra.

Um menino de apenas sete dias já vive em um abrigo na região de Sorocaba, no interior de São Paulo. Antes de dar a luz, a mãe disse aos médicos que não queria ficar com ele. Quando não é possível cuidar de uma criança, por qualquer motivo, a mãe pode entregá-la ao Juizado da Infância e Juventude que funciona nos fóruns.

A criança é recolhida na hora: “Pode fazer isso com toda a tranquilidade, com a proteção do estado. Crime será se sair da maternidade e deixar a criança, abandonar a criança em algum lugar”, explica Antonio Carlos Malheiros, coordenador da área de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.

A Justiça encaminha as crianças para abrigos, onde entram na fila da adoção. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, há 4.427 crianças no Brasil oficialmente disponíveis para serem adotadas. Enquanto isso, são 26.694 candidatos a mães e pais adotivos.

O problema é que os pretendentes à adoção fazem muitas exigências. Em 2008, quando o cadastro foi criado, 70% dos pretendes só aceitavam crianças brancas. Hoje, esse grupo é bem menor: 38% dos candidatos.

“A pessoa tem que estar certa que é aquilo que ela quer. Não dá para ir para a adoção e dizer: ‘Eu vou fazer uma caridade’”, conta Mônica Natale, do Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo.

Com 20 anos de trabalho em abrigos, Leon Alexandre sabe bem disso: “Temos que constantemente estar trazendo elas pra nossa realidade que é uma realidade de amor, de ensino, de propiciar a elas uma vida digna e para serem bons cidadãos daqui para frente”, diz o responsável por um abrigo.

Nos abrigos, o dia a dia lembra muito a rotina de qualquer outra casa. As crianças recebem carinho e, conforme vão crescendo, cobranças também. A diferença é que a cobrança é sempre muito bem vinda, porque é sinônimo de motivação, de futuro.

“Sempre tem alguém motivando para nunca desistir. Agora, eu tenho que passar na faculdade, para ser bióloga marinha”, conta uma menina.




Nenhum comentário:

Postar um comentário